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segunda-feira, 13 de maio de 2024

HISTORIETAS

        OUVI FALAR

 Há dias que meu ouvido está estranho.

 Parece estar entupido, mas de alguma maneira, consigo ouvir como um eco, o que me faz sentir dor bem lá no fundo.

 A principio pensei que fosse só uma coisa passageira, mas isso dura já faz dias.

 Me sinto estranha, como se meu corpo pendesse para o lado quando ando.

 Como se algo pesado puxasse meu ouvido para o lado, levando minha cabeça junto.

 O eco que faz quando ouço algo ou alguém dói, e quando viro meu pescoço para o lado, o musculo puxa tudo até o ouvido.

 O estranho é quando estou andando, tenho a impressão de não estar sozinha, parece que há alguém falando bem ao pé do ouvido, me viro e não há nada nem ninguém.

 Ao dormir, as vezes acordo assustada como se algo ou alguém gritasse em meu ouvido, porque uma dor aguda invade meu cérebro, olho em volta e estou só.

 Fui ao médico, ele disse não ser nada. Mas eu sinto que algo está errado, melhor, eu sei que algo está errado.

 É como se o tempo inteiro alguém tapasse meu ouvido com um dedo, tente você, tape seu ouvido com a ponta do dedo, é essa sensação da qual estou falando.

 Preciso saber, o que está acontecendo.

 Já que o médico diz não ser nada, vou a uma benzedeira na qual fiquei sabendo, para ver se ela resolve isso.

 Chegando lá ela ficou me olhando de um jeito estranho e disse:

-Eu posso tentar tirar isso de você, mas não sei se vai funcionar, vocês dois já se misturaram e tornaram-se um só. Volte amanhã.

 Como assim se misturaram? Ela já tinha se retirado e não me explicou nada. Espero que amanhã chegue logo, pois quero uma explicação.


                  ...



                    

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

HISTORIETAS

      NÃO ACREDITO.

 Me mudei para uma cidadezinha chamada: SAI DAQUI. Isso mesmo ela se chama SAI DAQUI.

 Dizem que o nome antes era BOM LUGAR. Mas foi mudado há alguns anos devido à acontecimentos que levaram todos da cidade dizerem as pessoas como eu, ou turistas que lá chegam, exatamente isso: sai daqui.

 Logo no começo que mudei, eu dizia bom dia para as pessoas, e elas respondiam: sai daqui.

 E isso se prolongou por uma semana, até que um dia, eu estava na praça central da cidade, quando o prefeito em pessoa, atravessou a praça em minha direção, parou e disse:

- Olá, eu sou o prefeito Mauro. Tenho um aviso para te dar, se você deseja morar aqui, a cachoeira lá para o meio da mata é proibida de ir. Estou lhe avisando, e enquanto você cumprir isso, ficará tudo bem. Fora isso você é muito bem vinda à ficar. Promete ficar longe de lá. É PERIGOSO.

  Olhando em volta, percebo que exatamente todas as pessoas estavam paradas olhando nós dois. Todas sem exceção.

 Olho para ele e digo: - Entendido, eu prometo.

 Instantaneamente todos voltam a andar, e o prefeito se vira e volta de onde veio.

 Surpreendentemente no outro dia, todos estavam me dizendo bom dia, e pararam de dizer sai daqui.

 Curiosa que sou, queria saber o porque era perigoso na cachoeira, esperei anoitecer e sai com uma mochila e algumas coisas dentro, comida, lanterna, faca e etc...

 Fui na direção da cachoeira, o plano era voltar no outro dia à noite, sem que ninguém percebesse.

 Chegando lá, estava muito escuro, e a lanterna não iluminava uma área muito grande, então decidi arranjar um local, e esperar amanhecer.

 Adormeci e quando acordei e abri meus olhos, eu avistei uma paisagem surreal. Havia flores nas laterais, e no meio um caminho de pedras, que dava bem na frente da cachoeira, a cachoeira era lindíssima, a água era cristalina.

 Fui andando boquiaberta, e resolvi pegar o caminho das pedras até a cachoeira.

 Parei em frente, e fiquei contemplando aquela água.

 Então eu disse bem alto, no auge da euforia diante de tal visão deslumbrante, na verdade saiu mais como um grito.

- NÃO ACREDITOOOOOOOOOOOOO!

 Houve-se um barulho lá de dentro da cachoeira, dois tentáculos me pegam, puxando para dentro, não deu tempo nem de piscar.

 E foi assim que morri 😐😔.


                FIM.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

HISTORIETAS

           OS VAPOROSOS- P10 F

 Chego em casa e logo que entro, olho para meu filho e digo:- Preciso de algo, mas só vou te contar depois, e não importa o que escute lá fora ou veja, não saia, eles não podem saber que você os vê ok.

 Sem entender meu filho acena com a cabeça e diz:- O que você precisa?.

 Preciso do seu sangue, só um pouco, talvez em uma seringa pequena, não, o fundinho de uma tampa serve, mas espere até eu dar o sinal.

 Ele se levanta e pega uma faca, se posiciona na janela perto da porta.

 Eu me preparo pra sair e abro a porta, viro pra ele acenando com a cabeça pra que ele faça o que pedi, ando na sua direção, deixando o caminho livre para uma das criaturas que estava à minha porta entrar.

 Meu filho olha pra mim, enquanto me viro fechando a porta logo após a criatura entrar, então faço um gesto pra ele e ele me mostra a mão cortada saindo sangue, eu olho para um facão, no qual sempre deixo atrás da porta de entrada, pego o facão e digo:- Não faça nada, isso é uma ordem, você me entendeu.

 Ele concorda com a cabeça, então passo minha mão na mão dele, sujando-a com o sangue dele e pulo na criatura passando o sangue sobre suas costas.

 A criatura cai ao chão se debatendo, exatamente como foi comigo, o plano era que se não funcionasse, eu usaria meu sangue depois, enquanto ela se debate e fica sólida, pego o facão e corto sua cabeça fora, virando para meu filho que está com a mesma feição de surpresa que eu fiquei, sorrio e digo:- Vou explicar tudo à você.

 Depois de tudo explicado, nós juramos exterminar uma por uma, até que a cidade esteja livre dessas criaturas.

 Sem medo algum, agora é nossa vez. E olha que vamos ter trabalho, afinal há muitas delas aqui.


                                     FIM.