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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

HISTORIETAS

      NÃO ACREDITO.

 Me mudei para uma cidadezinha chamada: SAI DAQUI. Isso mesmo ela se chama SAI DAQUI.

 Dizem que o nome antes era BOM LUGAR. Mas foi mudado há alguns anos devido à acontecimentos que levaram todos da cidade dizerem as pessoas como eu, ou turistas que lá chegam, exatamente isso: sai daqui.

 Logo no começo que mudei, eu dizia bom dia para as pessoas, e elas respondiam: sai daqui.

 E isso se prolongou por uma semana, até que um dia, eu estava na praça central da cidade, quando o prefeito em pessoa, atravessou a praça em minha direção, parou e disse:

- Olá, eu sou o prefeito Mauro. Tenho um aviso para te dar, se você deseja morar aqui, a cachoeira lá para o meio da mata é proibida de ir. Estou lhe avisando, e enquanto você cumprir isso, ficará tudo bem. Fora isso você é muito bem vinda à ficar. Promete ficar longe de lá. É PERIGOSO.

  Olhando em volta, percebo que exatamente todas as pessoas estavam paradas olhando nós dois. Todas sem exceção.

 Olho para ele e digo: - Entendido, eu prometo.

 Instantaneamente todos voltam a andar, e o prefeito se vira e volta de onde veio.

 Surpreendentemente no outro dia, todos estavam me dizendo bom dia, e pararam de dizer sai daqui.

 Curiosa que sou, queria saber o porque era perigoso na cachoeira, esperei anoitecer e sai com uma mochila e algumas coisas dentro, comida, lanterna, faca e etc...

 Fui na direção da cachoeira, o plano era voltar no outro dia à noite, sem que ninguém percebesse.

 Chegando lá, estava muito escuro, e a lanterna não iluminava uma área muito grande, então decidi arranjar um local, e esperar amanhecer.

 Adormeci e quando acordei e abri meus olhos, eu avistei uma paisagem surreal. Havia flores nas laterais, e no meio um caminho de pedras, que dava bem na frente da cachoeira, a cachoeira era lindíssima, a água era cristalina.

 Fui andando boquiaberta, e resolvi pegar o caminho das pedras até a cachoeira.

 Parei em frente, e fiquei contemplando aquela água.

 Então eu disse bem alto, no auge da euforia diante de tal visão deslumbrante, na verdade saiu mais como um grito.

- NÃO ACREDITOOOOOOOOOOOOO!

 Houve-se um barulho lá de dentro da cachoeira, dois tentáculos me pegam, puxando para dentro, não deu tempo nem de piscar.

 E foi assim que morri 😐😔.


                FIM.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

HISTORIETAS

           OS VAPOROSOS- P10 F

 Chego em casa e logo que entro, olho para meu filho e digo:- Preciso de algo, mas só vou te contar depois, e não importa o que escute lá fora ou veja, não saia, eles não podem saber que você os vê ok.

 Sem entender meu filho acena com a cabeça e diz:- O que você precisa?.

 Preciso do seu sangue, só um pouco, talvez em uma seringa pequena, não, o fundinho de uma tampa serve, mas espere até eu dar o sinal.

 Ele se levanta e pega uma faca, se posiciona na janela perto da porta.

 Eu me preparo pra sair e abro a porta, viro pra ele acenando com a cabeça pra que ele faça o que pedi, ando na sua direção, deixando o caminho livre para uma das criaturas que estava à minha porta entrar.

 Meu filho olha pra mim, enquanto me viro fechando a porta logo após a criatura entrar, então faço um gesto pra ele e ele me mostra a mão cortada saindo sangue, eu olho para um facão, no qual sempre deixo atrás da porta de entrada, pego o facão e digo:- Não faça nada, isso é uma ordem, você me entendeu.

 Ele concorda com a cabeça, então passo minha mão na mão dele, sujando-a com o sangue dele e pulo na criatura passando o sangue sobre suas costas.

 A criatura cai ao chão se debatendo, exatamente como foi comigo, o plano era que se não funcionasse, eu usaria meu sangue depois, enquanto ela se debate e fica sólida, pego o facão e corto sua cabeça fora, virando para meu filho que está com a mesma feição de surpresa que eu fiquei, sorrio e digo:- Vou explicar tudo à você.

 Depois de tudo explicado, nós juramos exterminar uma por uma, até que a cidade esteja livre dessas criaturas.

 Sem medo algum, agora é nossa vez. E olha que vamos ter trabalho, afinal há muitas delas aqui.


                                     FIM. 

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

HISTORIETAS

     OS VAPOROSOS - P9

 Para minha surpresa e dela também, meu sangue realmente passa em sua face.

 Ela me solta no chão e se debate, como se estivesse sofrendo alguma reação ao meu sangue.

 Tudo o que consigo fazer é olhar aquilo, totalmente congelada e surpresa.

 Aos poucos meu sangue se infiltra na criatura, transformando-a em sólida e vermelha.

 Mesmo assustada olho em volta procurando algo que possa bater nela. Uma das barras de cobre que levei, saiu voando junto com a porta e caindo ali perto.

 Corro e pego a barra, vou na direção da criatura enquanto ela se debate confusa, chegando perto de sua cabeça, por um segundo penso em todos que já os vi matando desde que eu era criança, então bato várias e várias vezes, até que sua cabeça fique esmagada e espedaçada.

 Caio de joelhos ali mesmo pensando: -Finalmente descobri como matá-los. Se ao menos tivesse sido antes, nenhum deles existiriam hoje e nenhuma pessoa teria morrido na minha frente.

 Enterro seus restos para que nenhum dos outros descubra.

 Vou pra casa, preciso saber se o sangue do meu filho também funciona.


                        ...

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

HISTORIETAS

             OS VAPOROSOS - P8

  Respiro fundo, vou até a porta. Por alguns segundos coloco o ouvido e escuto. Não há barulho.

 Destranco a porta, pego na maçaneta e giro.

 Vou me afastando para o esconderijo, me camuflar, e puxar a corda.

 A porta é arremessada com um forte impulso, me dando um coice por trás, me arremessando e me jogando longe dali, no impacto minha cabeça leva um corte, deitada ao chão e sangrando, me viro e vejo ele saindo furioso pela porta, minha visão esta um pouco turva, minha camuflagem foi revelada, e ele me vê.

 Lembro de pensar: Mas que merda.

 Ele vem em minha direção, me pega do chão pelo pescoço, me olha nos olhos furioso como se dissesse: Você já era.

 Começa a fazer um barulho como se chamasse outros pra ajudar. Por alguns segundos começo a lembrar dos meus filhos, e penso comigo: Agora eu me ferrei.

  Levo a mão à cabeça. Minha mão fica toda suja com meu sangue, enquanto olho pra ela, olho de volta para aquela criatura e só consigo pensar que vou morrer.   Passo a mão cheia de sangue na cara da criatura e digo: - Ah, cala a boca sua idiota. 

 E para minha surpresa, algo acontece...


                                                  ...













   

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

HISTORIETAS

              OS VAPOROSOS - P7       

  O grande dia chega, preparei tudo.

  A sala de frigorífico abandonada é muito conveniente.

 Além de não haver saídas de ar, há somente a porta como entrada e saída. Consegui instalar os canos e as mangueiras de forma que tudo fique em chamas. E sem contar que dei um jeito de selar a porta por fora, só por garantia.

  Instalei quatro cilindros de gás daqueles grandes, vou deixar que queime até acabar.

  Meu gravador vai ser o sacrifício, para abrir a porta depois, fiz uma camuflagem para que eu possa puxar com uma corda de longe.

  É hora de começar o plano.

  Esperei até que um deles viesse perto o suficiente para ouvir meu gravador, então liguei e corri ali perto com minha camuflagem, no começo achei que ele não ouviria, mas pelo contrário, ele caiu como um patinho, para minha sorte ele veio só, mais nenhum deles  ouviu, quando ele entrou, corri e fechei a porta, liguei a válvula que havia instalado ao lado da porta, corri para meu lugar e me camuflei.

  Esperei e esperei. Parecia uma eternidade. Estou com medo de abrir aquela porta, minha vontade é deixar ele trancado para sempre.

  Mas como saber se deu certo se não abrir?

  Vamos descobrir, agora é a hora.


                                    ...

    

domingo, 24 de setembro de 2023

HISTORIETAS

                      OS VAPOROSOS - P6

 Resolvi deixar meu filho de fora por agora.

 Meu plano é gravar um grito e colocar em algum lugar distante para tentar testar algo em um deles sem que desconfiem.

 Eles não podem perceber que estou testando eles. Como já sei que consigo congela-los, agora quero ver se posso extingui-los com fogo.

 Tem alguns galpões abandonados perto da cidade, obviamente consigo chegar até lá sem que nenhum deles me perceba, vou levar algumas mangueiras de gás, alguns tubos de cobre e mais algumas coisas suficientes para fazer uma sala que seja hermeticamente fechada e que eu consiga atear fogo por todos os lados, em minha busca encontrei um frízer para armazenar carnes abandonado, agora é só fazer os ajustes e atrair a atenção deles, espero pegar pelo menos um.

 

                 ...   

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

HISTORIETAS

           OS VAPOROSOS- P5

 Levou uma semana até que meu filho se acalma-se. Ele olhava em volta o tempo todo, tive que ficar perto dele todo o tempo. As vezes ele chorava e me pedia desculpas por não ter acreditado em mim. Eu acalmava ele, dizendo que tudo bem e perguntava se ele ainda os via.

 Ele dizia que não, mesmo eu sabendo que não tinha nenhum deles por ali, mas minha duvida agora é saber se ele ainda os vê. No sétimo dia eu tinha que ter certeza se ele os via ou não, então disse ao meu filho: - Vamos pra fora, no quintal, preciso saber se você ainda vê eles, mas me prometa que não vai gritar e nem se desesperar, senão eles matam você ok.

 Com muito medo de que meu filho gritasse, e ciente de que no caso eu morreria junto com ele, pois jamais deixaria ele morrer sozinho sem lutar, pego sua mão e levo ele pra fora.

 Meu sangue congela pela primeira vez, o medo de perde-lo, me faz sentir culpa por estar levando ele lá fora, talvez estejamos indo para a morte certa.

 Chegando no quintal, pergunto se ele vê algum deles, sabendo que há dois no quintal, um perto da cerca, e o outro vem em nossa direção.

 Meu filho olha bem na direção do que está vindo, é como se por alguns segundos o tempo e minha respiração parasse, e me preparo pra luta.

 Ele arregala os olhos, mas no mesmo instante, olha para mim e diz: - Como você conseguiu por todos esse anos? Eu estou tendo de fazer um belo esforço para não gritar.

 Então eu digo: - Estou surpresa com você. Pensei que seria nosso fim. Quanto a mim, acho que me acostumei porque desde pequena convivo com isso. Quantos você esta vendo?

 Ele diz: - Dois.

 Preciso prosseguir com meu plano agora.

 Talvez possa pedir que me ajude, mas talvez deixarei ele de fora, não quero que se machuque por minha causa.


                    ...