OS VAPOROSOS- P5
Levou uma semana até que meu filho se acalma-se. Ele olhava em volta o tempo todo, tive que ficar perto dele todo o tempo. As vezes ele chorava e me pedia desculpas por não ter acreditado em mim. Eu acalmava ele, dizendo que tudo bem e perguntava se ele ainda os via.
Ele dizia que não, mesmo eu sabendo que não tinha nenhum deles por ali, mas minha duvida agora é saber se ele ainda os vê. No sétimo dia eu tinha que ter certeza se ele os via ou não, então disse ao meu filho: - Vamos pra fora, no quintal, preciso saber se você ainda vê eles, mas me prometa que não vai gritar e nem se desesperar, senão eles matam você ok.
Com muito medo de que meu filho gritasse, e ciente de que no caso eu morreria junto com ele, pois jamais deixaria ele morrer sozinho sem lutar, pego sua mão e levo ele pra fora.
Meu sangue congela pela primeira vez, o medo de perde-lo, me faz sentir culpa por estar levando ele lá fora, talvez estejamos indo para a morte certa.
Chegando no quintal, pergunto se ele vê algum deles, sabendo que há dois no quintal, um perto da cerca, e o outro vem em nossa direção.
Meu filho olha bem na direção do que está vindo, é como se por alguns segundos o tempo e minha respiração parasse, e me preparo pra luta.
Ele arregala os olhos, mas no mesmo instante, olha para mim e diz: - Como você conseguiu por todos esse anos? Eu estou tendo de fazer um belo esforço para não gritar.
Então eu digo: - Estou surpresa com você. Pensei que seria nosso fim. Quanto a mim, acho que me acostumei porque desde pequena convivo com isso. Quantos você esta vendo?
Ele diz: - Dois.
Preciso prosseguir com meu plano agora.
Talvez possa pedir que me ajude, mas talvez deixarei ele de fora, não quero que se machuque por minha causa.
...
Nenhum comentário:
Postar um comentário